Samba de Aboio ou Samba de Bate-Coxa
Grupo de inflêuncia negra que teve sua origem há muitos e muitos anos , quando ainda existia cativeiro.Conta seu neto FRANCISCO DA MOTA que uma menina angolana chamada TAMASHALIM ECUOBANKER foi vendida para o engenho São João, no município de Japaratuba/SE. Ela se casou e veio a ter uma filha chamada de Maria da Solidade, que por sua vez também se casou e teve três filhos, Manoel Francisco da Mota, João Francisco da Mota e Maria Benedita da Mota, que ao completar mais ou menos 10 anos de idade encontrou na margem de um tanque, uma estranha pedra e correu para casa dizendo ter encontrado uma boneca e sua avó, TAMASHALIM ECUOBANKER, tinha certos conhecimentos religiosos, lhe disse que era Iansã, à qual chamamos de SANTA BÁRBARA. Então, se passou a comemorar o Festejo de Santa Bárbara em todos os Sábados de Aleluia e em todos os Domingos da Ressurreição.
Maria Benedita veio a falecer, e a sua mãe, Maria da Solidade continuou a festejar até sua morte em 1947, a partir daí seus filhos mantiveram a tradição até 2001. A festa de Santa Bárbara, através do Samba de Aboio tem à frente José Francisco Mota de Assis e conta com a cooperação de filhos, irmãos, sobrinhos e netos. O grupo dança em roda, defronte a sua sede, no Povoado Aguada cantarolando suas músicas, e sempre tem dois participantes no meio e estes, aproximam-se e colocam peito com peito, apoiando-se mais nos ombros e ambos afastam a coxa o mais que podem e choca-se num golpe rápido, sendo que após o contato, estes se retiram convidando outros participantes para continuar a brincadeira. Durante as festividades são fornecidos pirões de carne de bode e de galinha de capoeira.
Toda Semana Santa, época de festa no povoado Aguada, em Carmópolis, esse homem entoa assim: “Ôoooo rainha, a princesa Isabel / Tambor é oco do pau, cortiço da uruçu/ Ôoooo rainha, a princesa Isabel / Chocalha meus dois ganzás , mais vai ô meu tambor”.
Dos versos à apresentação. A onça é um cilindro oco, tendo por tímpano uma pele esticada por meio da qual, pela parte interna, prende-se uma haste de pau que, friccionando-se com a mão molhada, produz um som de ronco dum animal. Daí a associação ao nome do felídeo.
“Na comemoração religiosa, nossos tambores são os mais tradicionais do Estado”, conta Seu José Manuel, primeiro homem da onça. O irmão gêmeo de Seu José Francisco narra a razão do samba, passado há gerações entre sua família. A festa de Santa Bárbara e o aboio passaram a ser comemorado todo sábado de aleluia e domingo da ressurreição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário